Prática musical com Boomwhackers

Muitos de vocês talvez já conheçam os Boomwhackers. Eu já tinha visto algumas apresentações no youtube, e fiquei encantada. Mas a primeira oportunidade que tive de experimentar esse material ao vivo e a cores foi num curso pra educadores que fiz com o professor Uirá Kuhlmann do Música e Movimento em 2016. E foi muito divertido.

Os Boomwhackers são tubos percussivos feitos de plástico. Cada tubo tem uma cor e afinação de acordo com a escala cromática. 

Eles são ótimos para trabalhar em grupos. Pensando nisso, hoje decidi compartilhar uma prática musical realizada com uma turma de Ensino Médio. Veja abaixo o plano de aula e o relato da experiência.

PLANO DE AULA

Tema: Prática com Boomwhackers
Objetivo geral: Promover experiências musicais através da prática em conjunto.
Objetivos específicos: Incentivar momentos de interação entre a turma, através do fazer musical; Promover o contato com a linguagem musical através de atividades práticas e teóricas; Apresentar a turma o material pedagógico-musical Boomwhacker (tubos percussivos melódicos).
Conteúdos	Procedimentos
Apreciação musical Prática em conjunto	Assitir com a turma alguns pequenos vídeos apresentando as possibilidades sonoras do material pedagógico-musical “Boomwhacker”. Dialogar acerca dos vídeos apreciados. Apresentar os tubos sonoros para os alunos, permitindo que explorem os materiais. Explicar a proposta de trabalho com os Boomwhackers Entregar a cifra melódica¹ da música Call me Maybe² (Carly Rae Jepsen) para cada aluno. Entregar para cada grupo um kit de Boomwhackers e outros instrumentos musicais (cada grupo escolhe os seus). Os grupos deverão ensaiar a música proposta e apresentar para os colegas ao final da aula. PS: Professora deverá auxiliar individualmente os grupos. ¹no lugar da cifra melódica, você pode também entregar uma partitura da música escolhida para trabalhar. ² escolha o repertório de acordo com o perfil e preferências da sua turma, ou conforme o critério que você achar mais adequado.
Recursos: Boomwhackers, instrumentos musicais diversos, partituras ou cifras e equipamento multimídia para apresentação do vídeo.

RELATO DA PRÁTICA

Iniciamos a aula assistindo aos seguintes vídeos:

• Missão Impossível – Boomwhackers Brasil Group
  
  

• Strokes Percussion Group – Hits 2014
  
  

• Call Me Maybe – Carly Rae Jepsen [Epic Boomwhacker Version]
  

A turma assistiu aos vídeos com atenção. Pude perceber alguns alunos bem admirados e entusiasmados com as performances. Após assistirmos os 3 vídeos, totalizando em média 10 minutos, iniciamos a experimentação dos materiais. Sentamos em círculo e apresentei a turma os tubos sonoros Boomwhackers. Cada aluno escolheu um tubo para percutir.

Questionei a eles quais as diferenças observadas entre os tubos. Uma aluna observou primeiramente que cada tubo apresentava uma cor, um aluno completou observando a diferença em relação ao tamanho dos tubos e o som (quanto maior o tubo, mais grave), outro aluno percebeu que estava escrito o nome das notas musicais em cada tubo.

Trabalho em Grupo – Arranjo com Boomwhackers

A turma foi organizada em dois grupos. Entreguei uma cifra melódica da música Call me maybe (Carly Rae Jepsen) para cada grupo e expliquei a proposta de trabalho.

A atividade proposta foi que os alunos executassem a melodia da música utilizando os tubos sonoros. Os grupos escolheram também outros instrumentos musicais para complementar o arranjo.

Cada grupo pegou um conjunto de Boomwhackers e alguns outros instrumentos. Como havia uma outra sala vazia, foi possível organizar os grupos em duas salas separadas (lado a lado). Com isso, tiveram maior liberdade para ensaiar, evitando distrações e interferências.

De acordo com Keith Swanwick, se aprende música fazendo música de diversas maneiras, e no livro “Ensinando música musicalmente”, o autor ressalta:

A curiosidade não é despertada ditando-se informações sobre a vida dos músicos ou sobre história social, nem dizendo sempre aos alunos o que eles precisam ouvir, nem tratando um grupo musical como se ele fosse uma espécie de máquina. É preciso que haja algum espaço para a escolha, para a tomada de decisões, para a exploração pessoal. Isso inclui a possibilidade de trabalhar individualmente e em pequenos grupos. […] Os alunos em pequenos grupos, trarão suas próprias interpretações e tomarão suas próprias decisões musicais em muitos níveis. Eles começarão a se “apropriar” da música por eles mesmos.”(SWANWICK, 2003, p. 67).

Durante a organização do arranjo de seu grupo, um dos alunos se interessou pela escaleta, mas não sabia como tocar cada nota. Então, escrevi com uma caneta não-permanente sobre as teclas da escaleta o nome das notas que ele iria usar na música. Assim, ele pôde acompanhar a cifra melódica e tocar as notas no instrumento.

Apesar dos grupos terem recebido a mesma música para trabalhar, os arranjos ficaram bem diversificados. Cada grupo fez questão de colocar sua identidade, dar sua própria roupagem para a música e ousaram durante a performance. Ao final da aula, cada grupo se apresentou tocando.

Acredito que essa tenha sido uma experiência musical significativa para os alunos. Ver todos interessados, empenhados e motivados durante a prática, trabalhando em equipe, buscando um bom resultado, foi muito gratificante. Penso que os objetivos musicais foram atingidos, a interação entre os colegas foi ampliada e o vínculo professor-aluno foi reforçado.